O objetivo principal da nova técnica é evitar a remoção total da córnea, trocando apenas a parte interna (endotélio e descemet) que está comprometida. A principal vantagem da técnica está no tempo de recuperação visual, que é muito mais rápido comparativamente com a Ceratoplastia Penetrante, também conhecida como Transplante Penetrante, em torno de 12 meses e o DSAEK/DMEK apenas 01 mês.
Vantagens fundamentais:
A cirurgia com câmara anterior fechada minimiza a possibilidade de complicações no momento em que o globo ocular está aberto, tal como hemorragia expulsiva ocorre no transplante penetrante(PK).
A recuperação é muito mais rápida. Como não há necessidade de suturas, a refração se estabiliza de forma mais rápida. Em geral, na semana seis, a maioria dos pacientes está com 20/40 (75%) ou mais de visão.
A possibilidade de rejeição é pequena e a reação inflamatória intraocular mínima.
COMO É FEITO DSAEK/DMEK?
A cirurgia é realizada sob sedação leve. Medicação entorpecente também é utilizada para que haja pouco ou nenhum desconforto. Usando instrumentação sofisticada adaptado, a córnea do doador é preparada e colocada no olho do destinatário.
Este novo enxerto é então apoiado por uma bolha de ar que pressiona contra a córnea do destinatário, enquanto o paciente está confortavelmente deitado sobre suas costas. A bolha toma o lugar de suturas e só é necessário por um curto período de tempo após o término da cirurgia.
Geralmente não há dor após a cirurgia, embora alguns sensibilidade à luz e sensação de areia olhos é comum. Recuperação visual varia dependendo da gravidade de sua nebulosidade da córnea antes da cirurgia. A maioria dos pacientes notam melhora em sua visão durante as primeiras duas semanas após a cirurgia com a melhoria contínua ao longo dos próximos quatro a seis semanas.
Transplante lamelar anterior profundo(DALK)
Deep Anterior Lamellar Keratoplasty (DALK) é um novo método de transplante de córnea para as doenças da córnea, como ceratocone anterior, cicatrizes na córnea e distrofias estromais. Apenas as camadas doentes anterior da córnea são substituídas e a camada mais interna, o endotélio, é mantida( cirurgia B e C). Porque a camada interna é mantida, o corpo não reconhece o tecido do doador, portanto há menos risco de rejeição e os medicamentos corticosteróides podem ser interrompidos depois de apenas seis semanas.
Interrupção da medicação corticosteróide diminui o risco de glaucoma ou catarata, que é uma preocupação com o uso de corticosteróides. Uma vez que os corticosteróides são interrompidos mais cedo, a ferida cicatriza mais rapidamente e as suturas da córnea podem ser removidas muito mais cedo do que com um transplante de espessura total.
Menor grau de sutura astigmatismo pós-operatório relacionado também tem sido relatada com DALK em comparação com os enxertos de espessura total. O transplante de espessura padrão completa é viável em média 20 anos e, em seguida, muitas vezes vai falhar e precisam ser repetidas.
ADICIONAR
LENTES DE CONTATO ESCLERAIS(NOVO)
As lentes de contato esclerais são conhecidas por serem próprias para tratamentos de algumas doenças oculares, como ceratocone, miopia em graus elevados e Síndrome do Olho Seco. Neste artigo, vamos explicar o que são lentes de contato esclerais, como elas melhoram a visão e quais as suas indicações. Confira!
As lentes de contato esclerais são lentes com diâmetro maior do que as rígidas tradicionais, e são apoiadas na esclera, parte branca e fibrosa do globo ocular. Uma das maiores vantagens das lentes de contato esclerais é a capacidade de adaptação às inúmeras irregularidades da superfície corneana, oferecendo estabilidade e conforto ao usuário. São bastante usadas por pessoas com alto grau de miopia, astigmatismo e ceratocone.
Outra vantagem das lentes esclerais é que elas são fabricadas individualmente, de forma customizada, levando em consideração as características próprias dos olhos de cada pessoa, já que cada córnea é única, como uma impressão digital, por exemplo. Assim, elas se adaptam perfeitamente a cada olho, independente das condições da córnea.
Elas são fabricadas com material gás permeável, assim como as lentes de contato rígidas, e por terem um diâmetro maior do que as lentes de contato tradicionais, oferecem um conforto muito superior se comparadas às lentes gelatinosas e rígidas tradicionais.
As lentes de contato esclerais são amplamente recomendadas para correção de problemas de refração em graus altos (como miopia e astigmatismo, por exemplo), e para pessoas que não se adaptaram às lentes rígidas e/ou gelatinosas tradicionais.
Nessas condições, as lentes de contato esclerais são indicadas em casos de ceratocone, ectasias corneanas (degeneração marginal pelúcida, ectasia pós-cirurgia refrativa e ceratoglobo), Síndrome do Olho Seco, pós-trauma corneano, pós-transplante de córnea, degeneração de Salzmann e outros tipos de irregularidades corneanas.
Além disso, as lentes esclerais são indicadas para atletas de esportes ao ar livre e que necessitam de correção da visão, pois oferecem mais conforto e estabilidade.
Conforme a Resolução CFM nº 1.965/11, a indicação, adaptação e acompanhamento do uso das lentes de contato são atos exclusivamente médicos. Portanto, o processo de adaptação das lentes de contato esclerais deve ser realizado junto ao oftalmologista, para garantir o correto uso das lentes.
Em primeiro lugar, o oftalmologista irá avaliar o problema de visão e a curvatura da córnea do paciente através do exame de topografia corneana e fará uma entrevista para saber sobre os hábitos de vida, a frequência pretendida do uso das lentes e outras questões que o médico julgar relevantes. De posse dessas informações, o oftalmologista fará testes de adaptação, como avaliação da superfície da córnea e medida da curvatura; refração inicial para determinar o grau das lentes; colocação das lentes de teste; nova refração com o uso das lentes de teste; avaliação da adaptação com aparelhos específicos e a realização de modificações na adaptação, conforme necessidade. O médico também irá passar recomendações de manuseio, limpeza e cuidados em geral e agendará consultas periódicas para acompanhar a adaptação.
De forma geral, as lentes de contato esclerais têm uma adaptação mais fácil do que as lentes gelatinosas e rígidas, já que possuem maior diâmetro e são apoiadas na esclera, fazendo com que o usuário não perceba o movimento das lentes.
Há casos onde os pacientes têm uma baixa visual tão severa que o problema só poderia ser solucionado com transplante de córnea. Porém, em alguns casos, as lentes de contato esclerais possibilitam uma melhora extremamente significativa em portadores de ceratocone, fazendo com que a necessidade de transplante seja postergada por muito tempo ou até mesmo eliminada. Mas cada caso é único, e somente um oftalmologista especializado pode passar um correto diagnóstico.